Para a pesquisa a ser realizada pelo grupo, foram selecionadas duas metodologias de coleta de dados:
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o Written Discourse Completion Task ou DCT escrito, que consiste na descrição de situações, à qual segue a solicitação explícita para que os participantes escrevam o que diriam, caso estivessem em contextos como os que são propostos;
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o Multiple Choice Discourse Completion Task (DCT com escolha múltipla), que propõe aos informantes diferentes opções de resposta para a situação apresentada, entre as quais ele é chamado a optar.
No questionário foram incluídas situações da vida cotidiana e foram manipuladas duas variáveis independentes, escolhidas a partir da proposta de Brown & Levinson (1987):
(a) o “grau de imposição” (GI) que indica a relação custo/benefício e é alto (GI+) no caso de pedidos “difíceis”, e baixo (GI-) para pedidos, cuja realização não requer um grande esforço por parte do interlocutor;
(b) a “distância social”, isto é, o nível de familiaridade entre os participantes, considera-se alta (DS+), se são desconhecidos, e baixa (DS-), se se trata de amigos ou parentes ou também no caso de interlocutores que pertencem a um mesmo grupo social.
As situações propostas são elencadas abaixo com o respectivo grau de DS e GI:
Na parte do questionário destinada ao MCDCT, para cada situação foram apresentadas cinco diferentes possibilidades de resposta. As opções foram definidas com base na subdivisão proposta por Haverkate (1994), que retoma o esquema de Brown & Levinson (1987):
Uma sexta opção aberta permite escrever uma eventual resposta diferente das sugeridas, de modo que o informantes que não se sinta contemplado por nenhuma das cinco formas de formular o pedido, tenha a possibilidade de escrever sua própria formulação.
Para o envio e o preenchimento dos questionários, foi escolhida a plataforma Google Forms.
Análise dos dados
A análise dos dados obtidos por meio do DCT com questões abertas é realizada pelo GPP a partir de uma taxonomia inspirada nos trabalhos de Blum-Kulka et al. (1989). A taxonomia inclui uma categorização da in)diretividade e das perspectivas dos atos principais (head acts), além de uma classificação dos modificadores (modifiers) e dos atos de suporte (supportive moves).
BLUM-KULKA, S., HOUSE, J. & KASPER, G. (orgs.) (1989). Cross-cultural Pragmatics: Requests and Apologies. (Advances in Discourse Processes Series - Vol. XXXI). Norwood, N. J.: Ablex Publishing Corporation.
HAVERKATE, Henk (1994). La cortesía verbal, Estudio pragmalinguístico. Madri: Gredos.